quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dorme bem... Amanhã espero acordar contigo na tua esfera...



Dorme a meu lado enquanto escrevo...

Consigo sentir o seu calor, o seu toque, o perfume, o som da sua respiração...

Desejo-te, mas hoje não te acordo!

Inebriado de sensações olho para os seus lábios arriscando-me a ceder ao desejo... Deixo-me perder na imaginação, tanto que por instantes penso ter entrado nos seus sonhos...

És tudo o que quero e o que não sabia que queria!


Gostava de ser mais para ela... Queria ser mais com ela...
Desvendar aquele seu mundo de sentimentos e pensamentos, aquele que tanto protege dos outros, de mim...

É bem afiado o lado de fora dessa tua esfera!

Aquilo que ela me vai entregando, o que consegue ser para mim, aqueles seus pormenores é parte do que concebo como dívino...
Sempre que me é permitido estar do lado que não fere, percebo o porquê de tanto caminho, de tanta luta, descubro a verdadeira ambrosia grega para o meu ser invísivel...

Tranca-me aí dentro contigo para sempre!

Sou invisível no que sinto, no que penso e no que sou... A forma como vou pintando a tela torna-se parte do ser vísivel que sou neste universo de daltónicos...

Só tu vês certas as cores que eu vou pintando!

Vou abraçá-la e adomecer com um sorriso...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"Lifehouse - Everything" (Videoclip com o 'Diário da Nossa Paixão', lindo!!!)




Find Me Here
Speak To Me
I want to feel you
I need to hear you
You are the light
That's leading me
To the place where I find peace again.

You are the strength, that keeps me walking.
You are the hope, that keeps me trusting.
You are the light to my soul.
You are my purpose...you're everything.

How can I stand here with you and not be moved by you?
Would you tell me how could it be any better than this?

You calm the storms, and you give me rest.
You hold me in your hands, you won't let me fall.
You steal my heart, and you take my breath away.
Would you take me in? Take me deeper now?

How can I stand here with you and not be moved by you?
Would you tell me how could it be any better than this?
And how can I stand here with you and not be moved by you?
Would you tell me how could it be any better than this?

Cause you're all I want, You're all I need
You're everything,everything
You're all I want your all I need
You're everything, everything.
You're all I want you're all I need.
You're everything, everything
You're all I want you're all I need, you're everything, everything.

And How can I stand here with you and not be moved by you?
Would you tell me how could it be any better than this?
How can I stand here with you and not be moved by you?
Would you tell me how could it be any better than this?

How can I stand here with you and not be moved by you?
Would you tell me how could it be any better than this?

Would you tell me how could it be any better than this?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Um dia no futuro...



  A chuva de verão batia na janela numa melodia doce a despertar perguiças, acordei um pouco mais cedo, sorri sentindo-me um homem de sorte ao olhar-te enquanto ainda dormias... Resisti então, a toda a minha vontade de te beijar e decidi levantar-me para inciar a preparação daquela surpresa que secretamente esperavas todos os anos neste dia... Estava mesmo para o fazer depois de me esperguiçar demoradamente quando me seguras e puxas para ti exigindo que a minha vontade fosse cumprida... Não me levantaria sem o teu beijo e sabendo tu que hoje não iria trabalhar de manhã, esse beijo prolongou-se... Tantos anos depois o nosso beijo ainda se prolonga de forma tão apaixonada... Sou feliz contigo...
  ... Liguei à nossa filha esperando que ela conseguisse criar um pouco de distração para ti durante a tarde, dando-me assim alguma liberdade para a execução dos planos para esta noite... Fiquei logo descansado quando ela me disse que como sempre já tinha tudo preparado e que até já tinha combinado contigo ontem de ir às compras esta tarde... Sabes, este dia sempre me deixou muito ansioso pois é o dia do ano em que nos transformamos nos jovens de outrora, cegados na luz um do outro, para sempre apaixonados...

(Uma história para alguém muito especial me ajudar a continuar...)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

"Natalie Merchant - My skin"




Take a look at my body,
look at my hands
there's so much here that I don't understand
Your face saving promises,
whispered like prayers
I don't need them.

Cuz I've been treated so wrong
I've been treated so long as if I'm becoming untouchable...

Well, contempt loves the silence
it thrives in the dark,
the fine winding tendrils that strangle the heart
They say that promises sweeten the blow
but I don't need them... no I don't need them.

I've been treated so wrong,
I've been treated so long as if I'm becoming untouchable
I'm a slow dying flower
I'm the frost killing hour
sweet turning sour
& untouchable.

ooh I need
the darkness,
the sweetness,
the sadness,
the weakness,
ooh I need this.
Need a lullabye,
a kiss goodnight,
angel, sweet love of my life
ooh I need this

I'm a slow dying flower
frost killing hour
the sweet turning sour
& untouchable

Do you remember the way that you touched me before,
all the trembling sweetness
I loved and adored...
Your face saving promises
whispered like prayers.
I don't need them.

I need the darkness,
the sweetness,
the sadness,
the weakness,
ooh I need this.
I need a lullabye
a kiss goodnight,
angel, sweet love of my life
ooh I need this
Well, is it dark enough,
can you see me?
do you want me?
can you reach me?
or I'm leaving...
you better shut your mouth
and hold your breath
you kiss me now,
you catch your death
oh I mean this...
oh I mean this..

Sinto que quebrei...


  Tudo é simplesmente tão estranho... Tudo tão simples e tão complicado, tão mágico e tão real...
  A realidade é algo que na verdade não é bonito, chega a ser assustadora e cruel... As pessoas são bem reais, tão e tanto que quase não dá para entender! Egoísmo... O que é isso?
  Parece-me que tudo o que é realmente bonito não passa de um estado de espírito...
  E porquê?
  Será que não nos vêem? Será que não nos amam pelo que somos? Talvez nos amem apenas pelo o que lhes fazemos sentir! Isso que é algo tão facilmente simulado e manipulado... É tudo tão estúpido...

  Caótico é pensar no tudo do que todos somos... É monstruoso o que todos passamos em sociedade, os pequenos traumas que já ninguém se lembra ou conhece, as mágoas que nos queimam e as lágrimas que escorrem cá dentro de cada um... É loucura as defesas e ataques constantes... Sofremos e fazemos sofrer... Penso que é ignorância pura perante aquele algo mais forte... Cegos pela luz, ou colocam os óculos escuros ou viram as costas, e assim escuresse o mundo mais um pouco...

  Quero ser muito mais do que sou e sou capaz de o ser... Mas será que vale a pena?
  Será que me importa?
  Será que é isso que preciso para mim?
  Será que não serei apenas mais um alvo a abater? Por ser diferente, um alvo fácil? Alguém que ousa não andar no escuro...

  É parvo, mas começo a cair num egoísmo estranho, que arrepia... Partilhar-me mais como? E para quê? A poluição desta gente é tal que afecta com força imensa, que começa a superar-me, que me deixa perdido e sem ver nada...
  Vejo os pontos bons mas perdi o interesse por eles! Consigo ver a magia, a luz e até ser parte dela... E? Para quê? Será que estou para isso? Será que quero mais?

  Ninguém me quer perceber neste momento, também porque não faço grande questão de explicar... E preciso de o fazer? Venham, atrevam-se a chegar a mim e vão perceber... Não deixo, não permito, não quero... Vivam a minha cortina de fumo apenas... Em ilusão sentem-se próximos...
  Não é que não vos quisesse próximos se eu não estivesse a pensar assim... Mas é o que penso, o que sinto...
  Uma grande parte de mim já morreu e o resto parece estar a caminho...

  Amo tantas pessoas, amo verdadeiramente, com todo o meu coração, tenho amigos fabulosos e que admiro muito...
  Há coisas que me fazem sorrir, coisas que me fazem soltar gargalhadas até doer a barriga...
  Descubro a informação e o conhecimento que alimentam a curiosidade, que me enriquecem os pensamentos...
  Oiço elogios que acariciam o ego...
  Vejo a maravilhosa luz que surge todas as manhãs e a misteriosa noite que se segue...
  Sonho com a paz em mim...
  Sonho com a mulher da minha vida, aquela que me faça sorrir apenas por acordar ao lado dela... Imagino e quase que oiço as gargalhadas de filhos pela casa...
  Sonho com os meus projectos profissionais e pessoais, aqueles que me façam batalhar e suar até ao orgulho e à satisfação...
  Penso no vento fresco após um dia quente que nos bate na cara, penso na praia, no mar, nas cervejas com os amigos e na chuva que nos puxa para dançar com ela...
  Guardo em mim e procuro o abraço de quem precisa e de quem não precisa, também...
  Estas tantas pequenas grandes coisas a que gosto de intitular de momentos... Momentos, esta palavra que isolada não me deixo atribuir conotação negativa e que quando acompanhada prefiro que descreva a magia da vida com toda a sua intensidade...
  ...Mas... Cair, levantar, cair e levantar, cair, levantar, cair, cair, cair... Olhamos para cima e... Pensamos na queda, as forças parecem esgotar, a dor afiada que surge e o medo, pensamos se desta vez não seria melhor ficar ali deitados... Depois mais um esforço, surgindo uma réstia de coragem ou apenas porque sim e levantamos-nos de novo... Sempre pensei que isso fosse parte do processo, elemento essencial à nossa evolução e ainda penso isso, mas ficam as marcas e fica cá dentro a dor... E como ela magoa...
  Depois de tudo o que enfrentei, de tudo o que vivi, e vivi! Não tenham dúvidas disso! Já fui o rei e o mendigo, já me vi mestre e escravo, já amei e amo, foi-me permitido experienciar mais coisas do que algumas pessoas o fariam se tivessem sete vidas... Fui honrado comigo mesmo até ao fim e acredito fielmente que fiz tudo o quanto pude para não escurecer até este ponto... Portanto, não tentem fazer o impossível, não tentem fazer aquilo que apenas eu posso fazer por mim... Não se aproximem sem que eu permita, nem me tentem pegar ao colo, nem me proteger, nem me apontar a direcção para a luz apesar das tantas vezes que o fiz para alguns...   Apenas estejam ao meu lado se quiserem... Observem só então, estas batalhas na guerra entre as partes de mim que ainda subsistem... Não interfiram! Garanto que farei o que for possível para me isolar, aproximando-me apenas do banal, do menos sentido e do menos pensado por mim...
  O final é algo que não posso prevêr e que nem me atrevo a especular, mas o agora, esse, não está a ser nada ortodoxo... Isso é o que sei... Preciso de espaço para demolir evitando assim que o que amo se danifique colateralmente...

  Sinto que quebrei....
  Sinto que já não sei ser...
  Sinto que já não sei estar...
  Sinto que quebrei...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

"Mind da Gap - Atitude Construtiva"




  Uma boa amiga fez-me relembrar esta música que me fez tanta companhia no passado e agora voltou para mim... Foi muito agradável ouvir de novo... :)
  Aproveito para dizer que o que coloco no blogue só faz sentido atendendo que não existe nem tempo nem espaço... Passado, presente e futuro tudo junto num espaço de mim...


Refrão1:
Transbordamos sentimentos,
Nestes hinos abordamos os momentos em que estamos sozinhos
Descobrimos caminhos, inspiramos vida
Ganhamos coragem para enfrentar-mos mais um dia

Tenho pensado demais e acho que ando acordado de mais
Tanto que uma nuvem na cabeça me fecha portais
Forças bloqueia em cadeia quem semeia
Só fez correr uma mão cheia de areia
Onde é que foram as pessoas de quem gostava
Para onde é que foram todas as pessoas
Com quem passava dias e encontrava vias para aguentar
Minhas palavras pesam na consciência e deixam escapar
Se me sinto sozinho agora será que não estava antes
Todos acabamos por seguir caminhos diferentes
A culpa não é deles, nem é minha, é nossa
Não quero absolvição, só peço a razão, a vossa

Refrão2:
E quando a noite cai
Transformamos energia negativa
Em vibração positiva que sai
Iluminada e criativa
Atitude construtiva perante o desafio da rotina

Observo a chama da vela que treme
Com a corrente do pensamento que fica
Medito profundamente, meu carma
Com calma, com nabo só (strong plana)
Sinto a solidão apoderar-se da minha alma e do espírito
Neste espaço restrito sinto o infinito
Enquanto cravo chora no abstracto
Expiro, respiro, sentimentos transpiro
Não imaginas como é escuro o sítio ao qual me refiro
Antes só que mal acompanhado
É verdade, não consigo deixar de me sentir traído pela saudade
Nestes momentos eu paro, respiro
E escrevo versos que fazem mais fortes sentir o meu medo

Refrão1
Refrão2

No fim acabas só tu, como no começo
Enfim, pisas o chão, dás mais um ou outro passo
Olhas o céu, como outros olham o teu
O mesmo, porque é que fingem que nada aconteceu?
Trocas uma sala cheia por uma vazia
Sabes que seria igual, nada aconteceria
Pões os teus olhos à procura de rostos familiares
Encontras reacções dispares, muitas aos pares
Poucas sinceras, encerras a actividade social
No final contas contigo menos mal
Ficas perto de ti, a descoberto, sais do deserto
E ficas certo, estavas por um véu coberto

Refrão1

É o que faz gajos mandarem-se da ponte
Do topo de um prédio, para matar o tédio da vida
Põem-se a monte, não há remédio
Quanto mais só estás mais só vais querer estar
Na teia de um ciclo vicioso que não sabes onde vai parar
Precisavas de uma palavra amiga, de conforto
Para fazeres o teu barco chegar a bom porto
Precisavas de uma mão que não se estendesse
Por interesse de alguém que te fizesse acreditar e amortece
Não preciso de elogios, prefiro abraços amigos
Abraços sentidos, mas tenho os braços quase partidos
Não quero tomar partidos num mundo onde tudo está à venda
Continuo a marcar encontros comigo próprio na agenda

Love changes
Love changes
Love changes
And the best friends became strangers

Refrão1
Refrão2
(2x)

terça-feira, 2 de junho de 2009


  Assusta-me a escuridão das pessoas, assusta-me quando a luz não chega mais fundo...
  Algumas pessoas são negras mesmo bem lá no interior delas, são o outro lado do positivo, do certo... São seres que contribuem para o mal, que escurecem e arrastam o mundo para baixo... e assustam-me...

  Sempre quis que as pessoas vissem a luz, que se tornassem parte dela, que se deixassem mergulhar nela... Por isso me esforço para ser e trazer luz… Mas a guerra é dura! A escuridão é doença que nos pega, que nos agarra... Doença que quando tentamos curar contra ataca atingindo-nos de volta... Escurecemos sempre um pouco cada vez que curamos... Claro que estando fortes, aguentamos receber a doença, conseguindo puxá-la para a poder limpar em nós... Assim, como luz, ajudamos os outros, não deixamos ninguém sozinhos no buraco escuro. Iluminamos o caminho e deixamos que se apoiem em nós durante algum tempo... Somos aí parte da cura... Mas não é assim tão fácil... Por vezes a escuridão é tanta e tão forte, que durante a cura temos que absorver muita doença e é preciso saber quando parar... Precisamos de tempo para nos podermos limpar da doença, pois corremos o risco de ficarmos doentes também... É verdade, às vezes sinto-me tão fraco… Paro no limite das minhas forças e caio por terra, chorando tristezas não minhas e perdendo-me depois em muitas outras, essas sim, parte de mim...
  Sei bem como me limpar desse veneno, sei bem como mergulhar na luz… Sei, também, como ir buscar forças por mim… Mas quando fico muito fraco, esgotado, custa muito mais recuperar... É tão mais fácil quando tenho luz perto de mim para ajudar na recarga, é tão mais fácil quando ajudo a vencer doenças pois ganho uma força partilhada... No entanto, às vezes não consigo vencer, perco batalhas... Hoje perdi mais uma batalha… Hoje, estou assim tão fraco assim tão esgotado...

  ...Respiro...
  Não me quero perder no escuro de mim...
  ...Respiro fundo...
  Para baixo, não... A raiva solta-se de todos os meus poros! Vejo tanto negro! As escolhas que fiz... O que me trouxe aqui... Sinto-me no fim de mim, no meu limite... Cerro os dentes, as lágrimas caiem, a temperatura aumenta... A pressão é tanta que parece querer rachar-me ao meio! Os porquês, os serás... Ódio puro! Esta tristeza liquefeita cai dos meus olhos e percorre a cara que se segura na palma das mãos...
  Tudo custa tanto… Dói tanto... Estas saudades, estas fraquezas, os passados, tudo algemas em mim…

  ...Respiro…
  Perco batalhas mas espero ganhar a guerra…

  ...Respiro...
  A temperatura vai descendo, a pressão diminui e forço-me a olhar para cima, a procurar a luz... Recupero algum do folgo evaporado, deixo-me a ver a luz, deixo-me a olhar para cima e vou sentindo um pouco de paz enquanto absorvo gradualmente essa luz... Escorre agora, então, apenas tristeza e entro em processo de limpeza, em processo de cura... ACREDITO! Acredito com as todas as forças que ainda tenho… Procuro-me... Aconchego-me nas lembranças boas... Penso no meu caminho... Sinto os meus gigantes a puxar-me para cima...

  Mais ar! Respiro…
  Ainda estou frágil, seguro-me… Preciso de recuperar as forças, preciso de me libertar deste veneno…

  Olhar, seguir, para cima, para a luz... Temos sempre essa opção... Ser o melhor de nós...

  Preciso de mais luz... Por enquanto respiro, tento acalmar-me, tento recuperar...

sábado, 30 de maio de 2009

I can't get to sleep... "Colin Hay - Overkill"




I can't get to sleep
I think about the implications
Of diving in too deep
And possibly the complications

Especially at night
I worry over situations
I know will be alright
Perahaps its just my imagination

Day after day it reappears
Night after night my heartbeat, shows the fear
Ghosts appear and fade away

Alone between the sheets
Only brings exasperation
It's time to walk the streets
Smell the desperation

At least there's pretty lights
And though there's little variation
It nullifies the night
From overkill

Day after day it reappears
Night after night my heartbeat, shows the fear
Ghosts appear and fade away

I can't get to sleep
I think about the implications
Of diving in too deep
And possibly the complications

Especially at night
I worry over situations
I know will be alright
It's just overkill

Day after day it reappears
Night after night my heartbeat, shows the fear
Ghosts appear and fade away

sexta-feira, 1 de maio de 2009


  Chove lá fora… É mágico, é lindo…

  Lembro de já ter saído de casa a meio da noite para passear entre as gotas, para andar com a chuva, correr na chuva… Esse é o meu desejo agora… Estou tão feliz! Feliz enquanto observo explosões que se provocam na minha mão que vagueia para lá da janela… É tudo tão perfeito… O sol brilha um pouco mais ao fundo, as árvores bem vestidas de um verde tão cheio de vida e a chuva… A chuva… Águas de todo o planeta que se vão purificando, unindo e separando… Descem então essas gotas, esses pequenos beijos de vida… A cada gota na minha pele sinto como se o universo inteiro me estivesse a beijar… Talvez seja mesmo isso… É maravilhoso! Um quadro tão surreal não existiria sem esta chuva e penso que só dava assim… Eis que surge mais um sorriso…

  Fecho os olhos… Que o mundo sinta a luz que se liberta… Sinto-me em transe, sinto-me a emanar energia, uma energia tão intensa… Nunca a tinha sentido assim… Toco então noutro plano, sorrio para vós... Aqui estou eu a aplaudir-vos por existirem… Aqui estou eu a agradecer-vos por tornarem este quadro perfeito… Aqui estou eu a olhar por vós… Espero que sintam a paz…

  Fechem os olhos… Batam duas vezes no peito com a mão… Deixem -se guiar pelo que vem de dentro, corram pelas portas da imaginação até deixar de ser apenas isso… Deixem-se ir, não pensem se é certo ou errado, não pensem que é estranho nem ridículo, pensem apenas no que vem de dentro… Pensem em mim, na melhor recordação que têm, sintam tudo à volta a desaparecer à medida que se concentram apenas nisso… Imaginem que tudo é energia, imaginem que conseguem ver o senhor que vende flores numa esquina de Nova York, que conseguem ver todas essas energias no mundo e de repente já não há mundo, apenas energia… Tudo energia, tudo luz… Concentrem-se no que sobe e não no que desce! Procurem-me… Apareço então, sinto que estão comigo, abraço-vos… Tudo energia, tudo luz, todos um, todos gotas da mesma água, todos unidos…

  A nossa mente é muito mais do que pensamos dela… Convido-vos a experimentar esta viagem, uns poderão ver coisas muito interessantes e deixar-se ir para além da mente, outros poderão perder-se muitas vezes com outros pensamentos e ter dificuldade em concentrar-se. No entanto, prometo-vos que vai ser muito divertido, bastante agradável, talvez mágico… Todas as noites antes de dormir faço um exercício semelhante a este… Adormeço assim abraçado…

  Chove lá fora… Já tenho a mão gelada…

  Estou em paz… Já voltei… Estive contigo…

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Até já...




  Dia 24 de abril o dia em que parti...

  Foi uma madrugada muito intensa, agradeço-vos por mais uma vez estarem para mim!!! Simplesmente não há palavras para o que sinto, para o que senti... Muito obrigado!
  Esta foi a música do meu até já... Quanto à voz, essa já não sabia dela há umas semanas, deve ter ido de férias enquanto o álcool e as noites mal dormidas brincavam... No entanto, interessa o sentimento, interessa o que vos quis transmitir...

  Amo os meus amigos, amo estes gigantes que habitam no meu coração...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Rainha e senhora de mim...


   Os nossos olhares tocam, sorrimos timidamente e as palavras não surgem... Desperta-se um imenso desejo em mim e tudo estremece cá dentro... Tento segurar o pouco ar que me resta, mas vou perdendo toda a noção do que sou... Descubro-te a seres meu norte, meu caminho e único destino... Preciso! Quero! desejo-te! Anseio pelo próximo sinal...
   Nem passado nem futuro, há apenas o presente. Há apenas o instinto e a luxúria que nos move... Que nos prende, amarrados nesta nossa realidade passional... Resisto a tudo isso! Apenas por uma fracção de segundo, resisto... Subo as defesas e construo todos os muros possíveis... Quase que consigo... Quase que sim… Ilusão minha, amarras-me de novo, como se dissesses: "Quais defesas, meu rapazinho?" Desfazes muros, conquistas qualquer hesitação e consomes toda a minha sanidade mental nesse olhar...
   Inteiramente embriagado de ti atrevo uma mão no teu ombro que desliza até ficar perdida no teu pescoço, nisto descontrola-se a outra que afasta o cabelo dos teus lábios, respiro fundo e percorro o caminho para o teu beijo... Noto o teu lábio inferior a tremer subtilmente enquanto te preparas para me receber e sinto o teu desejo a alimentar o meu, sinto que me queres e precisas com esta mesma intensidade que carrego...
   Unem-se os nossos perfumes, a nossa aura, a nossa energia, a nossa pele... Entregamo-nos às nossas sensações e tremo de novo... Queres mais e não me deixas parar… Seduzes-me e vou caindo, vou enlouquecendo, a visão turva e só tu manténs nitidez... Perfeita... Mágica… Irresistível... És minha rainha... És senhora de mim...

sábado, 4 de abril de 2009

I am prepared now... "Seether - Fine again!"




It seems like every day’s the same
and I’m left to discover on my own
It seems like everything is gray
and there’s no color to behold
They say it’s over and I’m fine again, yeah
Try to stay sober feels like I’m dying here

And I am aware now of how
everything’s gonna be fine one day
Too late, I’m in hell I am prepared now,
seems everyone’s gonna be fine
One day too late, just as well

I feel the dream in me expire
and there’s no one left to blame it on
I hear you label me a liar
‘cause I can’t seem to get this through
You say it’s over, I can sigh again, yeah
Why try to stay sober when I’m dying here

And I am aware now of how
everything’s gonna be fine one day
Too late, I’m in hell
I am prepared now,
seems everyone’s gonna be fine
One day too late; just as well

And I’m not scared now.
I must assure you,
you’re never gonna get away
And I’m not scared now.
And I’m not scared now. No…

I am aware now of how
everything’s gonna be fine one day
Too late, I’m in hell
I am prepared now
seems everyone’s gonna be fine
One day too late, just as well
I am prepared now,
seems everything’s gonna be fine for me
For me; for myself.
For me, for me, for myself
For me, for me, for myself

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Querendo resistir...



  Naquele momento, tudo o que eu mais queria era teu beijo... Assim não se sucedeu, assim não era para ser... Mesmo que também quisesses jamais te poderia fazer isso naquele momento… Não assim, não atendendo a tudo o que se passa em cada um dos nossos mundos… Sei que não precisavas disso para ti, achei que não seria justo, achei que seria o fraco se não resistisse… Mereces muito mais do que um fraco, mereces muito mais do que um transgressor aos teus sentimentos, mereces que te dêem o que precisas! Gostava de ser teu abrigo, adorava ser fogo em teu coração, te guiar no teu caminho, ser teu protector e teu protegido…
  Talvez um dia, talvez noutra vida… Talvez aí nossos mundos se encontrem de novo e sua colisão não seja tão violenta…

  Tudo o que eu mais queria… Quero… Queria!

  Hoje sou o teu vassalo e terei as migalhas para subsistir... Estive sem ar, afogado de sentimentos devoradores, num senso ilógico de mim...
  Tu... Tu, assustas-me... Tu, fazes tremer tudo cá dentro...
  Deveria ter corrido enquanto era tempo… Mas fiquei para ser dominado por uma energia superior… Não te preocupes, não irei pedir nada, não vou ocupar o teu espaço… Apenas ficarei com as migalhas, fico com o que for para ser…

  Vamos ver... Vamos esperar... Pode ser tudo e pode ser nada... Pode ser hoje como pode não ser... Pode ser para sempre e pode ter acabado...


  Há sempre um caminho que nos eleva!

  És um anjo enviado do céu... Acordei de novo, obrigado!


  As pessoas! Os sítios! O tempo, que corre saltitando entre quotidianos e momentos...
  Aquilo que pensamos! Aquilo que tantas vezes não queremos pensar...
  Os nossos Sonhos! Alguns medos...
  O todo de sentimentos e sensações!
  Tantos detalhes do que somos e depois apenas somos...
  No entanto, vivemos revelando-nos e contribuindo com mais ou menos pormenores...
  Tenho a alma tatuada dessas marcas, desses pormenores...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

... Hum ...

Como é possível que a vida me tenha passado tanta rasteira, que me tenha magoado tanto, que se tenha apresentado como esta fonte de tamanhas injustiças???
   Como é possível que eu seja assim, que sonhe assim, que pense assim, que sinta assim??? Como é possível? Como posso eu respirar sem ar, me apaixonar e ficar assim preso a pairar??? Tão abandonado, tão solitário, tão triste numa escuridão que não é minha... Porquê? Que fiz eu? Eu, que sempre amei o mundo, que sempre sonhei e retribuí...
   Já fui tão grande e imenso, agora sinto-me tão pequeno e ínfimo... Já fui rei, agora tornei-me pedinte! Parece que o meu norte não passa do sentido em que a maré me leva...
   Perdido, sou eu assim, louco, sou eu assim... Para o exterior sou o lixo do que realmente sou... Sou grande cem metros de altura mas pequeno e invisível... Adorava não pensar, não sonhar, não sentir! São as pessoas como ela que me dão o choque para vida, mostram-me que já não vivo, apenas existo...
   Adorava que soubessem tudo o que penso, não preciso de esconder, sou puro e quando sinto, sinto!!! Não há nada a esconder, eu sou negro, sou cinza... Nestes tons de cinza sou puro, sou eu, podia mostrar todo este meu escuro que assim mesmo seria uma luz nessa noite em que todos mostrassem os seus tons...
   Sei perfeitamente que estou quebrado, mas não estou enganado, sei o que sou e por que sou! Sei que podia ser mais e melhor, espero vir a ser mais e melhor... Preciso de ajuda, quero ajuda, preciso de ser completado, quero ser completado. Sei que assim a meio não passarei de um potencial inacabado...
   Amo a vida com uma força inacreditável, quase impossível, amo a vida tanto como a odeio!!! Como é possível tudo isto? Já houve dias em que quis morrer sem dúvidas, sem medo e certo de que isso seria o mais correto! No entanto, se existisse palavra mais poderosa que o amor essa seria a que aplicaria para dizer o que sinto pela vida, mesmo com todas as suas ilusões, mesmo com todas as desilusões...
   Na verdade, sinto que ninguém me percebe, tal como ninguém consegue ver o mar em toda a sua imensidão por muito que o olhe em diversos locais e momentos... Preciso de alguém que me abrace como a praia recebe o mar... Ela o recebe o mar, toca o mar, vive do mar, coexiste com ele, adapta-se e adapta de volta, recebe e devolve... Tanto partilham que se confundem com eles mesmos, só existindo em conjunto... Não há praia sem mar, não mar sem praia... Não posso ser o mar não tendo praia... Ninguém me recebe apenas porque é seu destino, apenas porque assim foi dito para ser, ninguém me recebe, ninguém... Poderá ser verdade? Poderei eu ser mais do que penso, tal como penso no menos que sou? Haverá um destino, um caminho já traçado, um plano superior a tudo o que possa conceber agora? Sou quem sou, porque vivi e porque existi, porque penso, sonho e sinto... Sim, estou apaixonado, sem explicação, sem lógica, sem esperança, sem futuro e estou assim... Vivo o momento, serei inocente, respeitarei os mundos que colidem, esperarei que algo se revele sem pressa e sem obrigatoriedade...
   Então, percorri o caminho de casa, estacionei e saí do carro. Decidi não entrar logo em casa, não estava em estado de o fazer, caminhei… Escrevi esta mensagem no telemóvel, enquanto chorava, enquanto andava, enquanto cambaleava… Envio-a agora, para duas pessoas, não porque são as mais importantes, embora importantes, não porque sejam mais, embora sejam muito, não porque não saibam tudo ou mais de mim, embora saibam muito... Envio porque foram elas que se aperceberam, foram elas que falei do último grande evento de mim próprio, envio apenas porque foi perto, porque foi com elas que vivi esses momentos e foi nelas que me apoiei…
   Cheguei agora a casa…
   Durmam bem…

   Cumps,
   Quimic

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


  Hoje é dia de Carnaval... Que verdadeira euforia!
  Imensas pessoas usando máscaras, as ruas cheias mesmo de noite. Pensar em encontrar estacionamento perto dos bares é loucura... Eu tentei! O que por si só, se torna prova irrefutável de algo louco! Enfim, os amigos estão primeiro e fazem-se os sacríficios...

  Embora eu não me mascare há mais de dez anos, corrigindo, embora eu não me mascare mais do que o normal, até acho gira a ideia do carnaval actual. Um dia em que podemos parecer algo que não somos... Mais gira seria ainda essa ideia se assim não fosse durante o ano todo para grande parte desta gente...

  Estás girissima!"Ganda" maluco! Eu hoje só trouxe os elásticos... Uma gargalhada, um sorriso e uma palmada nas costas...
  Vê-se polícias, ladrões, prisioneiros, chulos, freiras, "travestis", demónios, "anjinhas", prostitutas, "toureiras", "vacas", "cobras", novos ricos, vagabundos, palhaços, "porcos" e muito mais... Ou seja, vê-se um pouco de tudo o que já é bem normal sempre que se saí de casa para ir a um bar que se preze... Ora bem, tudo isto é bem natural (como o iogurte? sim...), a inspiração vem sempre de algum lugar. As vivências destas pessoas constroem peça por peça suas máscaras...

  Pinta-te, dança e canta! Hoje ninguém leva a mal...
  Este ano mais uma vez, ou pela primeira vez, não me mascarei, não tive vontade e achei que não teria lógica fazê-lo...
  Sem máscara, não sorri em falso e não disse coisas que não senti. Sem máscara, estive triste quando estive que estar e soltei gargalhadas quando as poderia conter...
  Cantei para mim, sonhei por mim e voltei quando foi preciso...

  Até pode parecer que critico o carnaval ou as pessoas nesse dia em específico, mas não! Nem pensar! A crítica é só imposta como tal quando dia se torna em dias, meses e anos... Como já disse, até gosto bastante desta festa carnavalesca, enfeita-me a vida! Carnaval é bom no geral mas em dia específico...
  Parabéns por esta festa, por este dia, a todos os que participaram! A beleza e as cores do carnaval são feitas de todos vós! Quanto mais pessoas aderirem, neste dia, mais carnaval é e mais a tradição se fortalece...

  Hei, Carnaval, eih.. Não tenho motivos para festejar, mas alegro-me por existir pessoas que tenham...

  Permanece a esperança de que no final muitos caiam em si deixando partir suas máscaras...

  No próximo ano quero ter motivos para me máscarar nesta altura!

  Um pouco da História do carnaval:
  "O carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Posteriormente, os gregos e romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos da Igreja. Com o passar do tempo, o carnaval passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica, o que ocorreu de fato em 590 d.C. Até então, o carnaval era uma festa condenada pela Igreja por suas realizações em canto e dança que aos olhos cristãos eram atos pecaminosos.
  A partir da adoção do carnaval por parte da Igreja, a festa passou a ser comemorada através de cultos oficiais, o que bania os “atos pecaminosos”. Tal modificação foi fortemente espantosa aos olhos do povo, já que fugia das reais origens da festa, como o festejo pela alegria e pelas conquistas.

  Em 1545, durante o Concílio de Trento, o carnaval voltou a ser uma festa popular. Em aproximadamente 1723, o carnaval chegou ao Brasil sob influência europeia. Ocorria através de desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Somente no século XIX que os blocos carnavalescos surgiram com carros decorados e pessoas fantasiadas da forma semelhante à de hoje.

  A festa foi grandemente adotada pela população brasileira, o que tornou o carnaval uma das maiores comemorações do país. A esta favorável recepção, acrescentou-se as famosas marchinhas carnavalescas que incrementaram a festa e a fez crescer em quantidade de participantes e em qualidade."
  Por Gabriela Cabral

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Screaming for the one with my last breath


Please come now I think I'm falling
I'm holding on to all I think is safe
It seems I found the road to nowhere
And I'm trying to escape
I yelled back when I heard thunder
But I'm down to one last breath
And with it let me say
Let me say

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking
That maybe six feet
Ain't so far down

I'm looking down now that it's over
Reflecting on all of my mistakes
I thought I found the road to somewhere
Somewhere in his grace
I cried out heaven save me
But I'm down to one last breath
And with it let me say
Let me say

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking
That maybe six feet
Ain't so far down
Ain't so far down

Sad eyes follow me
But I still believe there's something left for me
So please come stay with me
cause I still believe there's something left for you and me
For you and me
For you and me

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Amiga de outrora

  Olá Mana!

  Esta é a última vez que te falo como o amigo de outrora... Hoje tirei-te do pedestal, hoje, pela primeira vez na minha vida saíste desse altar de admiração e adoração em que sempre estiveste para mim. Sei, agora, perfeitamente que o teu lugar já não era lá há muito tempo, no entanto, era para mim complicado ver isso e sentir isso.

  Sou visto como um buraco negro, como um fraco, pertença de uma família de nojo e parte de um mar de tristezas.

  Nós já nos afastamos há muito tempo e a culpa não é só tua, nem só minha…

  Serei breve no que tenho para dizer, pois tudo o que digo está sujeito a más interpretações, segundas opiniões e aparentemente cheio de intenções que não são as minhas. Devo parecer má pessoa, não devo saber expressar o que sou e sinto… ou então as memórias são curtas e poluídas... Talvez, tudo isso nos leve à situação em que nos encontramos agora...

  Vou ser breve no que tenho para dizer, não quero culpar ninguém... Existem culpados embora sem culpa directa... A maior culpa está em mim...

  Sim, vou ser breve no que tenho para dizer porque já tanto em muitas vezes foi dito que perde a lógica repetir. Sabes que foste a minha maior influência de vida, que me construíste com a tua presença e que me alimentaste de princípios. Que foste a pessoa que mais confiei na vida e que sempre tentei proteger...

  Se alguma vez precisares de ajuda minha outra vez, cá estarei para te a entregar e saldar esta minha dívida psicológica. Até agora, não a considerava uma dívida. Julgava saber que o que fazias era porque me vias com os mesmos olhos que eu te via e que o farias seria o que eu faria por ti... Mas não é verdade e em vez da reciprocidade instala-se a dívida...

  Se alguma vez precisares cá estarei para ti. Mas para os meus assuntos, Acabou! Já não confio em ti! Somos o que fazemos, o meio que nos envolve e as pessoas com que convivemos. Não me sinto acarinhado por ti! Não sinto preocupação! Sinto a crítica! Raiva! Porquê a raiva? Sou comparado em vez compreendido… Desamparaste-me… A verdade é essa! Deixaste de me querer perto, de querer conviver comigo, deixaste as tardes de conversa, os cinemas, o estar, o ouvir, o qualquer coisa e tudo… Tenho saudades… Sofri com essa falta na minha vida, sofro que não precises e que não queiras isso...

  Este último mês falei com alguns dos meus melhores amigos todos disseram para te pedir conselhos e me aproximar de ti. Acho que eles sentiram que já não conseguiam carregar as minhas forças... Pensaram que só mesmo tu poderias conseguir essa façanha! Mas eles não sabem... Não sabem que tu já não sabes ser tu comigo…
  Esta semana, comentei com a mãe que queria falar contigo. Pensei que serias luz para os meus dilemas e que me apontarias o caminho...
  E hoje, quando estava lá fora a fumar pensei em te convidar para um café ou cinema de tarde. Mas quando entrei em casa só senti as flexas que de novo me perfuraram. Não consigo falar na presença de teu guardião! Tu sabes que não... Devias saber o tanto que me custa pedir para estar contigo. Agora, sou sempre eu… Já houve um tempo em que me ligavas para estarmos juntos. Perdeste o interesse… Custa precisar de ti sem que precises de mim. As amizades só funcionam a dois! Queria falar contigo… Mas acabou! Já não há mais conversa entre nós, já não há amizade...
  O nosso passado é a sombra da nossa vida, lamento por isso e percebo os motivos para não quereres estar próxima disso. Compreendo que é melhor para ti. E eu? O melhor para mim é saber que não conto contigo e que não confio em ti nem para conversar. Lamento que seja assim...

  És a pessoa que mais adorei até aqui e precisava de me despedir dizendo o que penso, o que sinto…

  Deixa-me em paz, porque a partir agora já não és… Não me abordes mais, porque a partir agora és apenas uma pessoa na minha família e uma sombra do meu passado...

  Não quero mais ligação a essa ilusão. Precisava de dizer muito mais coisas, mas não vale a pena...

  Desculpa se te magoei, mas é assim que é na minha cabeça. É o que sinto!

  Adeus…

  Beijinho

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Carta 124 - Para a Sofia, do teu pai


  Olá pequenina! Os dias passam e anos vão passar, se sou e se serei é por ti…

  Assim comecei sempre todas as cartas que te escrevi. Com as mesmas palavras que disse ao segurar-te no meu colo pela primeira vez.

  Sou o teu pai! Orgulho-me disso, orgulho-me de cada segundo da tua história! Hoje fizeste de mim o homem mais realizado do mundo! És linda e hoje estavas perfeita… No meio da agitação, da preocupação e da dor mantiveste calma e foste serena. Sei, que não devo ser o responsável por essa tua força. Eu não sou assim, estes dias tiram e devolvem tanto de mim que fico esgotado... Sou o teu maior fã, espero que não tenhas dúvida disso.
  Parabéns! O teu neto nasceu, pai, o meu filho nasceu! Disseste tu, assim que me viste a entrar, segurando-o com braços firmes e a mim com um sorriso doce. Nesse momento, senti-me estremecer cá dentro, roubaste-me todas as palavras e construíste o abraço que te dei.

  Quando tivemos de te deixar descansar, e a mim respirar, saímos da maternidade e passamos no Dr. André para agradecer todo o apoio e atenção dedicada. Era noite quando chegámos a casa pelas dezanove horas. Ajudei a fazer o famoso bacalhau com natas da tua mãe, mulher que passados estes trinta anos ainda me vem assim com estes mimos… Óptimo estava o jantar e empolgante a conversa. Falamos quase sem parar, da carinha do Diogo e que sai muito mais a ti do que ao João, e que tem umas mãozinhas tão pequeninas e da força que faz quando aperta os nossos dedos. Também, que o quarto em que Dr. André te colocara, era realmente muito bom e que as enfermeiras eram muito simpáticas, e que o Diogo, e que o menino, e que o nosso neto... Obrigado, pelo meu netinho!

  Nove e meia da noite, tudo arrumado na cozinha e roupa confortável já no corpo, lembrei-me de trazer o teu velho baú para junto do sofá onde já estava a tua mãe refastelada. Imaginei que ela fosse ficar feliz com isso... Tive razão! Juntos o abrimos mais uma vez, libertando as suas muitas emoções guardadas... Apareceram as tuas fotos de bebé, de princesa no carnaval, de aventureira no Brasil, da faculdade, de casamento Também, as pinturas que fizeras para a escola, os vídeos das festas de família e as cartas que nos escrevias quando fazias alguma coisa errada ou quando nos vias mais tristes… Ali ficamos abraçados, bastante tempo, atropelando lágrimas e sorrisos com as memórias de ti, e de nós, e da nossa menina.

  Mais tarde, estava eu já com quase tudo arrumado e oiço: Carlos… Amor… Por favor, traz os meus chinelos e vem aqui ter… Sempre adorei a voz suave com que ela chama, faz-me sentir especial, sabes? Respondi: Sim… Já estou a ir… Cheguei junto a ela num beijo e entreguei os chinelos que me trocou com um envelope. Apercebendo-se da minha surpresa, disse: Comprei-o de manhã, é para ti… Sei que hoje não vais deitar já. Sei que ainda vais até ao escritório e gostava que no fim de escreveres a colocasses neste envelope. Gostava também, de ir amanhã contigo ao apartamento da Sofia, deixar todas estas cartas. Assim, quando voltar da maternidade vai poder ler. Acho que já está na altura, quero que ela se sinta como eu me senti quando as li o ano passado…

  Então, o teu pai que te adora, homem que a balança pesa no feliz, jovem de cinquenta e sete anos, casado com a melhor mulher que se pode ter, e agora finalmente avô, escreve hoje a carta número cento e vinte e quatro. Da primeira no dia em que nasceste até esta, vinte oito anos depois, escrevi para que saibas quem eu fui, quem eu sou e o tudo que significaste para mim ao longo da vida. Partilhei no papel vários encontros especiais com a tua mãe, contei-te de quando comecei a namorar e do que precisei de desabafar. Falei das vezes que me surpreendias com qualquer coisa extraordinária, de quando aprendeste a andar, de quando foste para escola, de quando tocaste à mãe a música que te embalara em bebé, de quando tiraste a carta e de quando conseguiste o teu primeiro emprego. Escrevi dessas enumeras vezes que me abordavas com conversas complexas, de quando ias viajar, das alturas em que não te conseguia compreender. Desabafei a maior crise da minha vida ao sentir que a tua mãe se estava a afastar e do dia em que me abraçou de volta, e muito mais…

  Ao ler as 124 que lembres muitos episódios bons e que percebas alguns dos menos bons. E que não fiques triste de não saberes até hoje que elas existiam, não pretendi esconder que as escrevia. Mas no início eras muito nova para entender e quis esperar o momento certo. Há medida que anos foram passando, fui perdendo a coragem, nunca encontrava esse momento… Aliás, nalgumas das cartas anteriores vais perceber esse meu dilema. Espero sinceramente que gostes e que um dia mostres ao meu netinho como foi a vida da sua mãe e o relacionamento com o avô.

  Até daqui a pouco, pequenina!

  Amo-te muito, Filha!

  Um beijo grande do teu Pai

sábado, 17 de janeiro de 2009

Assim... a perder o controlo...

  Sinto-me de novo escalando o vazio, flutuando numa prisão de emoções... Tudo isto é tão estranho... Tão maravilhoso... Mas, também, é tão... Ou é? Ou...

  Que saudades tinha eu de me sentir assim e que medo... Medo? Sim... Existe um calor doloroso no preenchido vazio daquilo que quero mas não posso ignorar... Sinto-me impelido e proibido! Sinto-me preso e com uma força que quebra todas as correntes.
  Foi! Mas é impossível... Não pode ser... Foi do nada, após tanto me esconder e proteger nesta parede de ferro, surgiste, tu, meu poderoso íman!

  Hoje só quero chorar e não consigo... Não me deixas... Não me deixo! Preciso de explodir, preciso de ignorar todos os avisos, todas as probabilidades, tudo o que é negativo... Fugir é isso, fugir de ti! Tarde demais! Fugir agora não resolve nada... Julgo nunca ter estado assim tão cedo no jogo, existe algo mais além de tudo o que é racional, algo mais etéreo, algo que liga sem explicação...
  Eu não te amo, não... quero-te... É quase certo que eu vá, é provável que não me queiras, é possível que tudo seja ao contrário... Sendo, eu, senhor do caminho, mas escravo da ironia! Não quero fazer mal a ninguém, nem a mim, nem a ti... nem aos outros... Mas como? Sei que já não sou o estratega neste tabuleiro de xadrez, pois caí como esses dados que rolam incertos...

  Certo, eu e os meus pilares! Eu prendo-me e seguro-me com amarras soltas para vida em probabilidades e princípios... No entanto, agora, os meus pés perderam o chão e a minha cabeça não encontra rumo... Tudo isto é tão complicado e errado, mas tão simples, tão certo... Porquê? Porquê agora? Porquê? Será que foi precisa esta minha destruição para que possa voltar a viver? Renascer das cinzas? Será?

  Tenho calma... vamos ver...

  Assim eu sou, assim sou eu, o imcompreendido que nem se compreende...

  Tenho calma... vamos ver...

  Assim sou eu, assim eu sou, o louco que é doido em segredo...

  Calma...

  Assim eu sou, solto...

  Vamos...

  Assim sou eu, a perder o controlo...