sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Atitudes que me deixam na defensiva...

  Preciso de escrever há tanto tempo... É preciso coragem… Algo falta…

  Tenho medo do que sinto, ou até mesmo do que não sinto… É tanta a pancada que está tudo dormente, que deixo de sentir. Mas as marcas, essas, vão ficando em mim…

  Rio e sorrio para as pessoas, até que já nem disfarço e parece que se torna parte do que sou... Se calhar é mesmo uma parte de mim… Mas é tão escuro assim, não quero… Prefiro sentir tudo nem que seja o golpe mais duro, gosto de sentir, é isso que me diferencia do resto…

  A verdade das verdades é que a paciência se esgotou!
Espero sempre mais e talvez demais das pessoas… Espero talvez aquilo que seria capaz de fazer por elas…

  Todos temos as nossas razões para nos justificarem... As suas razões… Podem não pensar como eu… Até entendo, que não têm as mesmas vivências que eu…

  Não percebem que basta carregarem neste interruptor para eu, com toda a força, brilhar... Para com tudo o que tenho as proteger do escuro e aquecer deste frio que nos persegue a todos… No entanto, tocam nesse interruptor quase sempre sem querer, por engano, e até talvez achem piada saber que ali têm luz... Dá jeito… Mas desligam-me… Seja sem querer, seja por que nesse momento não estou a ser necessário… E quando escurece outra vez, perdem a noção de como me ligar de novo, de como me fazer iluminar... E eu? Eu... Eu fico aqui escuro e no escuro sem perceber o porquê, apenas porque sim…

  O interruptor enferruja…
Torna-se difícil surgir luz de mim a não ser que se esforcem mais…

Já não estou para isto… Há atitudes que não se percebem, há coisas que são tão claras, cristalinas… Como é possível? Ensina-se nos livros, observam-se nos filmes, transparecem nos meus olhos…

  Já não acredito nos para sempre, e quero tanto, e no fundo até acredito… Percebo que estou a perder a fé, a distancio-me desta minha única religião que me dá sentido e orientação… Penso que continuando assim, conseguirei caminhar mas caminharei num caminho sem vida, vivendo apenas para o momento... Percorrerei uma vida sem grandes motivações ou aspirações, apenas com os prazeres do quotidiano… Isso aterroriza-me, e vou ficando perto… Vou ficando dormente, vou me fechando ao mundo…

  Querem-me pela superfície ou até pelo meu interior, desejam-me porque provoco isso, gostam que esteja perto delas porque até dá jeito... No entanto, sou secundário para elas, é que papéis principais só por manipulação… Isso desagrada-me. É o que sinto, e se não é verdade, é o que demonstram em atitudes e em palavras e no que magoa… Isso aborrece-me… É um grande zero! Partem-se os pedestais por muito que tente mantê-los intactos…

  Quebro por dentro os pedaços já fragilizados de tanto serem colados... Onde está cola são rijos, duros, mais fortes…

  Até onde haverá espaço para a normalidade, até onde deixarei de ser eu, até onde já não restará apenas cola, apenas um todo duro, inquebrável e impenetrável? Não sei… O que sei é que vou deixando de ser, tornando-me numa mutação de mim que ainda não sei se gosto… Uma sensação que, para já, apenas me assusta…

  Quero naturalidade, quero ser reparado sem esforço, apenas com algum calor, só preciso de alguma luz perto de mim… Parece que isso continua longe de acontecer e vou fazendo os possíveis para me manter inteiro, do jeito que sei, do jeito forçado, duma forma que me vai transformando…

  Talvez encontre uma nova fé…. Talvez descubra novos caminhos, mas gosto deste…

  Errei tantas vezes, fiz tanto para me defender que atirei pedras enquanto protegia os olhos... Sem ver bem... Criei e crio buracos que podiam e podem ser caminho sólido…

  Mas pronto, é assim… Sou apenas humano, sou assim… O meu defeito é este… É andar meio cego, esperar mais e demais das pessoas, esperar que me acompanhem para caminhos seguros, que me ajudem a ver com clareza… Se é que não vejo?!

  Tenho me sentido um poço de dúvidas e inseguranças no que se trata a outras pessoas… Sinto a fé a desvanecer… Quero tanto baixar os meus braços e ver bem, ver tudo como deveria… Tenho medo, tanto medo… Sempre que o faço o resultado não é bom…

  Fecho os olhos e suspiro… Espero que este veneno saia do meu corpo e tento iluminar-me sem ajuda… Tento aproximar-me de mim, do meu núcleo, daquilo que me mantém eu na base de mim…

  Respiro… Penso na esperança que ainda tenho…
Levantei vôo e sinto-me a planar sobre o mundo... Tudo é música, tudo é sonhos e pesadelos que nem sequer me tocam... Sinto-me assim no ar vendo tudo passar bem devagarinho...


Sinto-me lá tão no alto, longe de tudo... Não sei onde devo, onde quero, poisar... Aqui inalcançável sinto-me seguro, sinto-me anestesiado e quase drogado... Por enquanto aqui ficarei e sinto que só aterrarei quando o cansaço me prender as asas...


Daqui vos vejo a todos... Daqui vos ficarei a ver... É o que quero para mim agora...


sábado, 30 de abril de 2011

Cruzando os nossos caminhos seremos mais...



A subjectividade da vida... Aquilo que pode ser e não pode, surgindo nesta prisão de escolhas com paredes de dúvidas...
Terei usado a palavra certa? Será que escolhi o caminho indicado? Decidi cedo de mais? Tarde de mais? Hoje amigo, amanhã uma navalha nas costas? Simplesmente detesto, adoro ou ainda o nem sei? Chorar ou sorrir? Um sonho, que pesadelo ou nem me lembro? É pouco ou será muito? Suficiente...
Escolhemos com base nas memórias do que passámos e a partir daquilo que nos educaram e aquilo a que nos educamos... Próprio de nós, parte daquilo a que chamamos personalidade, daquilo a que chamamos, Eu... O EU que se desenvolve em nós criando e modificando a percepção, construindo e alterando a nossa forma de ver a vida...
Penso com luz... isso é bom...
Penso pelo lado positivo, isso é bom...
É bom, acreditar que ninguém está errado... Estamos todos certos! Aqui permanecemos., a viver os nossos caminhos cercados de motivos... Motivos... Muitos motivos...
Vamos viver, vivendo por caminhos que se cruzam com outros... Mudando-se assim os rumos, alterando-se assim os ritmos... Aproximo-me desses cruzamentos em que a vida ganha cor, interesse, conquista de energia...
Partilhemos, então, o que se foi aprendendo... Partilhemos mas, sem julgar ou culpar alguém para além do que é estritamente necessário para a nossa segurança...

Gosto e quero cruzar-me por aí...

Preciso e espero crescer mais...

Devo e ambiciono ser mais...

Cruzando-nos seremos melhores do que somos...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Yoav - Beautiful Lie




Yesterday, today, tomorrow
Fade away like frozen photographs.
Remember, forget
The stakes, the ways you take,
The ways you make the moments pass.
For every regret,
I tell a beautiful lie.
And I would die if you find out.
I tell a beautiful lie every time that I
did not open up my mouth.
All the same, it's a game,
it's a play, it's a war,
it's a shame that we're always fighting for.
I don't mean to cast no blame,
I don't intend to pretend, I could, never loved you more.
But in the blink of an eye, everything you ever knew can change
And it's a beautiful lie if you think everything will always stay the same.

Babe.
My babe.
You got a secret – it's starting to show.
My babe.
Sweet babe.
How long can you keep it?
How far would you go?
You tell a beautiful lie.
And it's going to, it's going to drive you crazy.

Babe
My babe.
It's starting to show.
My babe.
Sweet babe.
How far would you go, go, go to tell a beautiful lie?
Yesterday, today, tomorrow
Fade away like frozen photographs
Remember, forget
Forever.
Lie.

Beautiful lie

domingo, 24 de abril de 2011

Quero...




  Eu quero ver filmes de ficção científica, ler livros de romance, ouvir as músicas que tanto mexem comigo, os filmes que me transportam para outro mundo e os livros que me fazem chorar e rir... Ver paisagens que se tornem parte de mim... E quero cantar, dançar, saltar, sonhar, amar, brilhar... Quero mais, de mim... Quero olhar aquele quadro e perceber que é mais importante o porquê e o como foi pintado, do que o que foi pintado...

  Tenho de sentir borboletas a acompanhar um beijo, tenho de sentir formigueiro no corpo antes de cada toque, tenho de perceber no olhar o carinho embrulhado em desejo...

  Preciso tanto, mas tanto de momentos... Preciso de ser preenchido de memórias fortes ou não passarei de um ser vazio...

  Aqui estou eu! Pronto e capaz, forte e preparado para viver esses momentos... Para fazer mais do que somente sobreviver...

Emma Shapplin - Nothing Wrong (HQ)



Nothing
Nothing wrong
I guess I like foolish situations
Nothing, No nothing wrong
Just wanna let it go no direction...
Feeling, swaying slow
Just before giving up for real
I'll now know

[chorus]
What if you touch me?
I think I'll slide into your mind
What if you hold me?
I think I'll infuse in you sigh
Don't you refrain it for me
Oh
What if you touched me?
I aim you

Nothing
Nothing wrong
I guess I like foolish situations
Sustain
Contain the fault
Of words denying senses
Plainly plainly fall
Playing
Acting roles, just not the way it sould
Reverse our codes

[Chorus]
What if you touch me?
I think I'll slide into your mind
What if you hold me?
I think I'll infuse in your sigh
Don't you refrain it for me
Oh
What if you touched me?
I scare you

[Chorus] (first one)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pedes-me um beijo...



Pedes-me um beijo... Mas não dei... Um beijo que eu quis... Um beijo e não... Não surgiu..

Sou muito mais complexo do que um simples beijo...
Essa consciência tem de existir...
Temo que se o desse te perderias no meio de um turbilhão de sensações mágicas que se transmitiriam...
Houve um tempo que quando eu queria, quando achava que devia, a energia era partilhada nesse toque perfeito... Mas agora, sei que essa energia está a fluir com vontade própria, sinto-me a andar pelo ar, tudo corre bem, sinto-me com calma, sinto-me ligado a tudo, iluminado...
Não tenho controlo em mim, não escondo o que penso, não escondo o que sinto... Tudo o que partilho é puro e verdadeiro... E isso é mais, muito mais do que eu queria neste momento...

Sei que só me arrependo do que não fiz e isso é verdade!
Mas tudo surje... No momento que achar, darei o passso sem pedir... Se precisas de pedir, se chegámos a este ponto, é porque é o momento de o fazer... Reconheço a palavra medo embora não o tenha... O medo surje em todos... Mas o medo não é o caminho, é a barreira...
Percebe que nada poderá fazer desaparecer essa sensação de que algo ficou incompleto... Apenas podemos avançar no momento ou afastar, mas para afastar é preciso saber que não queremos ter mais ligação... Porque até que aconteça, a solução será sempre a mesma... Esse momento ficará nos pensamentos, nos desejos, nos arrependimentos, até que talvez um dia...
O calor, a paixão, a luz, a entrega ao momento, os toques mais suaves, os olhos mais transparentes, a energia mais pura, a partilha... Isso... Isso que não proponho, não perguntarei, não pedirei, mas também não fujirei...

Vivo, entrego-me e deixo ser o que quiseres que seja... Deixo, porque não tenho destino, vivo o momento sabendo que o amanhã é o hoje do passado... Sabendo que não quero arrependimentos... Sabendo que estou aqui para aproveitar o meu tempo...

Quem sabe a mulher da minha vida já não me pediu um beijo que não dei...

Pedir é mecanizar, dar é entregar-se sem medo de viver...
Ser procurado por quem também quero, é maravilhoso... No entanto, quero também que essa pessoa me tire os pés do chão... Nem que seja por um momento, nem que seja para toda a vida...

Sente, sonha, imagina e se quiseres por agora cá estarei, serenamente, à espera do dia em que o mundo deixe de existir, em que a necessidade de respirar seja secundária, em que tudo se torne mais simples, mais natural, mais próximo...

(Para quem já alguma vez pediu um beijo e não...)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Morre lentamente...



"Morre lentamente quem não viaja; quem não lê; quem não ouve música; quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio; quem nao se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, quem não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão: quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os 'is' em detrimento de redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos sem bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás dum sonho, quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir aos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar."

Pablo Neruda

(Este texto foi-me lido por uma cliente minha, a Dra. Maria Carolina... E é em sua honra e por estas palavras magníficas numa voz doce, e por ser uma cliente que também se tornou numa amiga e por estas palavras terem significado tanto para mim, que coloco aqui este texto... Muito obrigado!
Eu não quero morrer lentamente... Quero viver, viver e apenas viver... Por isso, acelero... Convido todos os Grandes deste planeta a fazerem o mesmo, a acelarar comigo, a viver sem desculpas, sem arrependimentos do que não se fez... Vamos ser fieís a nós próprios, vamos viver vivendo, a sorrir... E as tragédias são apenas do tamanho que nós as quiseremos deixar ser, para mim apenas são parte do nosso crescimento como pessoas... Sorrio, porque as vivi e sou mais do que era antes...)

sábado, 16 de abril de 2011

Acelero...


Sinto-me a acelerar e o mundo à minha volta vai abrandando...

Estou a um ritmo estonteante, ganhando velocidade... Voltando a ser...

Durmo menos e corro mais, canto mais, danço mais, penso mais, sonho mais, participo mais em mim... Ninguém imagina o que é voltar a sentir esta energia que sinto de forma consciente... É uma vontade de estremecer o mundo num só gesto... Sinto tudo de forma diferente... E sinto-me muito enganado, mas muito feliz por ter percebido isso...

Estou tão grande, estou tão longe e estou tão preparado...

Serei sempre o eterno apaixonado à procura do lar... Mas, enquanto não encontro essa paz viajo entre a luz, percorro sob as guerras e finto o tempo com um sorriso...

Sou eu! Mas mais eu... Sou eu com experiência, eu sabendo o amanhã, hoje... Vendo muito mais longe, sabendo que tudo surge naturalmente com a alegria...
Sabendo que consigo ser mais do que sou hoje, até mesmo mais do que já alguma vez fui... Segredo... O grande segredo é experiênciar o caminho sem receio do seu fim... Segredo... Aproveitar esta estrada que em tantas vezes sabe tão bem acelerar, abrir os vidros e sentir o vento, mesmo que a viagem já nos peça descanso...

Por isso, vamos... Vamos viver, vivendo... Vamos juntos... Mais rápido... Para depois quando tudo abrandar, tudo ser muito mais doce... Sorriam agora e vamos...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Tempo para perceber...


  Só o tempo nos entrega as simples respostas que não queremos ver... Sentimos o seu peso no corpo, o peso das suas cicatrizes... E quando paramos, quando pensamos... Dói! Aí pois dói... Mas a dor é um desinfectante da alma, é um estimulo para crescer, para aprender... Mas dói... E dói o que tem a doer, quando tem que doer, até quando for preciso... Depois também o tempo trata de acalmar essa dor... Ele cria e abre feridas, mas também as cura!


  Aqui estou eu! Tenho tempo... Estou pronto a esperar... Pronto a pensar... Pronto a doer... Pronto a curar...

  A luz voltará... Tenho de voltar a seguir o meu caminho...
  Quando a luz voltar, vou agarrá-la... Vou agarrá-la com força e farei aquilo que preciso... É isso que quero! É para isso que sobrevivi, é por isso que percorro o caminho... Desta vez fui pelo mais longo, outro dia irei pelo mais curto...

  A luz vai voltar, seja hoje, seja amanhã, seja quando for... Estou pronto, à espera, em alerta...




  Gosto das minhas batalhas, não há nada mais belo em mim... Venham as cicatrizes que faz parte do processo...



  Penso, paro e dou tempo... E o tempo certo, é algo que só se sabe depois... Em breve ele curará, nessa altura sentirei a minha luz própria... Nessa altura ficarei bem...


  Uma lição que tiro das cicatrizes é que não devemos ir contra aquilo que somos... Portanto, se o objectivo é curar, orientar e ajudar a evoluir... O contrário será adoecer, perdermo-nos e escurecer...



  Escrever devolve-me alguma luz a fluir... Solta-me as primeiras amarras! Sinto-me mais perto de mim! Sinto-me eu! Um eu enferrujado, perdido... Desvalorizado... Mas eu!

  Aqui me reencontro...
  Aprendi...
  Orgulho-me das minhas cicatrizes, são prova da cura...